terça-feira, 12 de agosto de 2008

tempo perdido...

Perdi-me no tempo que me trouxe até aqui e nada do que imaginei aconteceu um dia.
O era uma vez nunca o foi.
A música da despedida tocava quando nasci.
Engoli a vontade de fugir quando dei o primeiro passo.
Mastiguei as palavras em silêncio quando os ouvidos se abriam à espera de uma resposta.
...........

5 comentários:

Joana Pinto disse...

Encontro aqui traços de Al Berto...são frases dispersas e fragmentárias, mas que juntas
8en)formam a essência da nossa alma e sentimentos...Também tu és um "novelo embrulhado para o lado de dentro", como um dia Jacinto do
Prado Coelho definiu o génio pessoano.

Joana Pinto disse...

felizmente sei quem és e sei que estás aí...por isso posso perguntar-te: em que pensavas quando escreveste estas lianas paúlicas?...o que sentes verdadeiramente quando te deixas levar?

Mandrágora disse...

momentos parada no tempo, vejo-me naquilo que ainda não fiz, sinto-me ansiosa, respiro de novo e regresso ao que tenho...

Joana Pinto disse...

eu tembém me sinto parada no tempo, submersa em pensamentos piores que areias movediças! Respiro mal os sonhos muitas vezes...sinto meduas em torno de mim prontas a picar com veneno fatal!
Mas, como tu, respiro de novo e volto ao que tenho, sempre pouco, pois há tanto que quero cumprir!
Só nos resta lançar os dados e "botar" tudo na mesa! Ir vivendo e conseguindo algo mais a cada dia que vai passando...
Dexio-te com Alexandre O'Neill:


"Mesa dos sonhos"

Ao lado do homem vou crescendo

Defendo-me da morte quando dou
Meu corpo ao seu desejo violento
E lhe devoro o corpo lentamente

Mesa dos sonhos no meu corpo vivem
Todas as formas e começam
Todas as vidas

Ao lado do homem vou crescendo

E defendo-me da morte povoando
de novos sonhos a vida.

La Tempesta disse...

Ainda que te tenhas perdido num qualquer caminho, os passos dão-se sempre em frente e aí reside a beleza, a de um novo encontro. Lembra-te que o único caminho que nunca deves fazer é aquele que te faz voltar atrás.

"Because I do not hope to turn again
Because I do not hope
Because I do not hope to turn
Desiring this man's gift and that man's scope
I no longer strive to strive towards such things
(Why should the agèd eagle stretch its wings?)
Why should I mourn
The vanished power of the usual reign? (...)"
T.S.Eliot, Ash Wednesday

Um beijo